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[14 fevereiro 2008]

Hate


Plainview: I have a competition in me. I want no one else to succeed. I hate most people.

Em todo o ser humano há uma certa vontade de ser melhor que os outros, uma certa ambição. Mas, por vezes, por razões pessoais, emocionais, paramos, deixamos que os outros nos passem à frente. Passa um, passa outro, até que por vezes somos apenas uma pequena sombra, que não se importa de ser espezinhada, ou ficar no canto. Daniel Plainview não é assim, é o oposto, o verdadeiro oposto, e é isso que nos fascina... aquela parte de nós que tem ambição, quer ser como ele. Talvez, até, queira sentir o ódio como ele o sente, esbofetear e passar por cima, só porque quer ser melhor, quer mostrar que é melhor. E, por um lado, vemos, naquela alma escura como o petróleo que lhe dá a sua vida e morte, a completa solidão. Mas, até essa solidão tem de ser posta de parte, até o amor que se sente por um filho, ou um camarada, são escondidos, fechados a sete chaves, porque essa ambição de ser maior, melhor, mais forte, fala sempre mais alto.

Espera-se sempre, que esta solidão escondida o dobre, que tenhamos, até, um final em que o homem morre sozinho, abandonado, e não que isso seja mentira, mas não é isso que interessa. No final, vemos sim, como o ódio é aquilo que o alimenta, como a superioridade, como respira e ganha forças na autoridade que tem sobre os outros. Admiramos e rimos, até, quando ele rebaixa o cobarde que, apesar de inúmeras tentativas para o mudar, para ficar por cima, acaba aos seus pés. Uma chamada de atenção para Paul Dano, interpretando o papel de "falso profeta" da Igreja da Terceira Revelação. Paul Dano já nos tinha dado o ar da sua graça em Little Miss Sunshine, e que aqui, embora seja quase inevitável, se esforce por não ser ofuscado por Daniel Day-Lewis. interpretando o papel de "falso profeta" da Igreja da Terceira Revelação. Nota também para a discreta, mas sempre como pano de fundo, banda sonora de Jonny Greenwood, aumentando sempre os momentos de maior tensão.

Noto, que nos últimos tempos, a América nos tem vindo a dar filmes sobre a sua "construção", o seu início, mas de uma forma consciente, pensada, olhando para os homens que a construíram como eles eram, como um ser humano, que se demonstra ser tão mais forte que o herói construído. Vemos homens poderosos, ladrões ou grandes industriais (se calhar, são quase a mesma coisa), cuja vida assenta nestas representações antagónicas. Este self-made man, que é Daniel Plainview, é interpretado na grandeza e poder que Daniel Day-Lewis nos habituou ao longo dos anos, metamorfoseando-se por completo. Não é Daniel Day-Lewis que ali vemos, é Daniel Plainview, na voz, no andar, no olhar. Desde as cenas iniciais, até ao derradeiro final, a entrega é completa, física e psicologicamente. Este filme é, em grande parte, Daniel Day-Lewis, ou, Daniel Plainview.

Talvez, tenha sido assim que ao longo da história, cegos pelo fascinio de homens semelhantes, seguimos homens "cegos" pelo poder ou pela ambição, actuando de forma tão segura e mostrando-nos a força de uma autoridade, melhor que qualquer das nossas liberdades. Queríamos, talvez, ser como eles e se não fosse possível, ser comandados por eles.

P.S.- Como é que o Paul Thomas Anderson realiza um filme como este, antecedido pelo Punch Drunk Love?


por Virginia Woolf * 17:40
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