[ Body and Soul ]


KaRL, (Lisboa) Portugal
{personal blog - BLANK PAGES }
(more about me)

Elisewin, (Setúbal) Portugal
(more about me)

[ Paranoid Songs ]





[ Paranoid Thoughts ]


[ Ancient Prophecies ]

bump
boa viagem, menina
Society
Wild Spirits
happy birthday, my dear
Animações
para a Lyra Belacqua
Triste, mas bom
Ora então, vamos lá rir
F*ck


[ Vanished Memories ]

setembro 2005
outubro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006
maio 2006
junho 2006
julho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
julho 2008


[ Favourite Minds ]

BLANK PAGES - karl's blog
Broken Skin
Carpe Diem
Clara Bela
Clepsidra
Com Um Supositório Isso Vai Lá
David Pinto 1979
Facing The Hours
Friend With Weed
Hanging By Threads of Palest Silver Kross On Fire
Lenore Miau
Manhãs da 3
Mas qual é a ideia?
Mina Anguelova
O Uno E O Múltiplo
On That Bleak Track
Pedaços De Nada
Pensamento do Morsa
Pink Poetry and my Thrill
Radiohead
Rita RedShoes
Strip The Soul
Tânia Bonnet


[ Electronic Paranoias ]

The Paranoid Prophets
THE SMASHING PUMPKINS
At-Tambur
Badmood Forum
Billy Corgan
CineCartaz
Clap Your Hands Say Yeah
Cotonete News
Disco Digital
Forum Sons
Last Days Of April
Logh
Musica No Coracao
Netphoria Forum
Paredes de Coura
Sapo Cultura
The Arcade Fire 01
The Arcade Fire 02
The Smashing Pumpkins 01
The Smashing Pumpkins 02
Zomb Forum

Online Thinkers:

online


this disease has been here:

since 3rd September 2005


Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!

[28 fevereiro 2008]

nunca tinha visto...

este vídeo MEIO OFICIAL de Beirut... de uma das minhas músicas favoritas deles. e que ao vivo é bastante diferente e (ainda mais) arrepiante, emotiva, comovente...



por KaRL * 21:03
|

____________________

Arte, digo eu

Adoro ilustradores, tudo do género de Mark Ryden, Joe Sorren, ou (o extinto) Cire (que era muito dentro do género de Edward Gorey). Ilustradores que, de certa forma, me fazem lembrar os pintores Renascentistas Flamengos e Alemães, não só pelos cenários meios macabros (embora, nos primeiros, se pontue de forma mais exagerada, chegam a lembrar Bosch), mas a escolha de cores, os azuis, vermelhos, verdes, as figuras pequenas e as paisagens cheias, sem esquecer o antropozoomorfismo. Nascidos em épocas diferentes, é óbvio que, os seus objectivos e intenções são distintos, mas, não deixam de ser interessantes. Reinos imaginários, que flutuam entre um suposto Paraíso com criaturas gentis e cheias de luz, e um Inferno de criaturas obscuras e macabras, são postos na tela da forma mais graciosa possível.

Dentro do género que referi:

http://www.adelemildred.com/

http://www.jennybirdart.com/
(destes dois não foi possível carregar imagens)

http://www.kristenferrell.com/



http://dan-may.com/



Estes trabalhos fazem-me lembrar o artwork do Mellon Collie and the Infinite Sadness:





em http://www.kathleenlolley.com/

E este, que tem trabalhos lindos, lindos:

em http://www.whalefishstudios.com/

Para a próxima há mais.


por Virginia Woolf * 03:01
|

____________________

[27 fevereiro 2008]

Juno quotes

Mac MacGuff: In my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person will still think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with. (my favorite)

Juno MacGuff: It all started with a chair.

Juno MacGuff: Yeah and I mean Zeus had tons of ladys but I'm pretty sure Juno was his main girl. And apparently she was supposed to be super beautiful but really mean, kind of like Diana Ross.

E já agora, que estamos numa de anunciar concertos, Magnetic Fields em Maio na Aula Magna. Portanto, qual é o procedimento a ter numa situação destas? Ganhar o euromilhões era solução... mas, acho que será mais fácil pôr os nomes num chapelinho e tirar à sorte.


por Virginia Woolf * 20:56
|

____________________

finalmente... BEIRUT!

BEIRUT EM PORTUGAL! e ainda:

The National - Aula Magna, Lisboa (11 Maio)

Cat Power - Coliseus de Lisboa e Porto (26 e 28 Maio, respectivamente)

Kings of Convenience - Casa da Música, Porto (22 Julho)

Beirut - local por confirmar (27 de Julho)




BEIRUT e NATIONAL... no espaço de 3 meses... tipo... WOW!!!


por KaRL * 07:39
|

____________________

Madonnen



Como é que, tendo cinco pequenas âncoras, não se se consegue prender a lado nenhum e a ninguém? Vendo tudo com tanta indiferença e egoísmo, o mundo como sendo um sítio tão vulgar...
Rita é jovem (talvez demasiado jovem), esperta e bonita, tem cinco filhos e até podia ter mais cinco porque isso não a impede de ir aonde quer. Revolta-se contra a mãe e não percebemos bem porquê, quer os filhos com ela e, quando se farta, deixa-os com a avó. Rita é quase tão jovem como a filha mais velha, que flutando entre o amor e ódio, lhe pergunta "Porque é que não paras de fazer filhos?". Vemos o peso da responsabilidade e da razão nos filhos, para onde a indiferença e egoísmo é reflectida.


por Virginia Woolf * 00:50
|

____________________

[24 fevereiro 2008]

I'm going, not gone



Sweet, sweet Sarah Polley. Sweet and wise. I knew you wouldn't let me down:) You made me cry, dear. You know... I've been avoiding crying, thinking of the future, thinking at all. And you made me cry and think, thinking how life is just sad and beautiful, not reliable.

Away from Her, a primeira experiência de Sarah Polley atrás da câmara, é tão doce como (quase) tudo o que ela nos tem dado, doce e amargo. Hate and Acceptance. A história é a de um casal, junto há 44 anos, que "assiste" ao desaparecimento, devido a Alzheimer, da memória da mulher, Fiona Anderson (Julie Christie). Julie Christie é a luz deste filme, por vezes quente, por vezes fria, mas é dela que emana. É por essa luz que, o marido, Grant Anderson (Gordon Pinsent), continua a lutar e a visitá-la todos os dias, "She had the spark of life", diz ele. É ela que toma a decisão de dar entrada numa instituição para a terceira idade, é ela que sabe e olha de frente o que vão enfrentar, é ela que o manda embora. É de forma bastante inteligente que a apresentação ao espaço é feita, seja pela boca da directora do centro, ou pelos comentários do marido, não podemos deixar de sentir a estranheza que um espaço assim nos traz.

Sentimos dois medos de perto, especialmente meus, a solidão e o esquecimento. O medo de ficar só, realmente só, sem a única pessoa que realmente nos diz algo, nos dá significado. Sentir que, algo como o silêncio que costuma dar paz e calma, é tão pesado em nós, há demasiado espaço em nós para caber lá tanto silêncio da solidão, tanto peso ao ouvirmo-nos respirar, tanto espaço na cama. E claro, o medo de esquecer e ser esquecido, como é que se "aceita" isto? Tudo isto é mais evidente à medida que envelhecemos, todos os traços ficam mais vincados, a solidão e o esquecimento. O que persiste a isto talvez seja o amor, o amor como camaradismo enorme, talvez não exista outra forma de fazer passar 44 anos nem sempre favoráveis.


por Virginia Woolf * 20:12
|

____________________

[22 fevereiro 2008]

I want to get away


E ver isto ainda dá uma vontade maior. Um "fim do mundo" quase perfeito (se fosse perfeito também não tinha piada). Além de ser um registo filmado dos concertos gratuitos que os Sigur Ros deram, pelos cenários e ambientes mais inesperados, é um registo de tudo o que de belo tem a Islândia, é difícil não desejar saltar para o ecrã. E para quem gosta da Islândia e toda a cena musical, aconselho este filme (e mesmo que não goste aconselho na mesma, pode ser que mude de ideias):


por Virginia Woolf * 21:20
|

____________________

"Feel-Good" Movie



Basicamente, é isso. Não é mau, mas não é extraordinário, dentro do género temos tido amostras melhores (Little Miss Sunshine, Art School Confidential, Ghost World). De qualquer das maneiras, saímos do filme bastante bem dispostos, a Ellen Page continua a dar boas cartas, embora a tenha preferido no Hard Candy, e o Michael Cera não lhe fica atrás. E a banda sonora é catita, muito Kimya Dawsom, que não tive oportunidade de ver no Primavera Sound do ano passado. Esta musiquinha está incluída:

loose lips might sink ships but loose gooses take trips
to san francisco, double dutch disco,
tech tv hottie, do it for scotty
do it for the living and do it for the dead
do it for the monsters under your bed
do it for the teenagers and do it for your mom
broken hearts hurt but they make us strong and

we won't stop until somebody calls the cops
and even then we'll start again and just pretend that
nothing ever happened

we won't stop until somebody calls the cops
and even then we'll start again and just pretend that
nothing ever happened

we're just dancing, we're just hugging,
singing, screaming, kissing, tugging
on the sleeve of how it used to be
how's it gonna be?
i'll drop kick russell stover, move into the starting over house
and know matt rouse and jest are watching me achieve my dreams
and we'll pray, all damn day, every day,
that all this shit our president has got us in will go away
while we strive to figure out a way we can survive
these trying times without losing our minds

so if you wanna burn yourself remember that I LOVE YOU
and if you wanna cut yourself remember that I LOVE YOU
and if you wanna kill yourself remember that I LOVE YOU
call me up before your dead, we can make some plans instead
send me an IM, i'll be your friend

shysters live from scheme to scheme and my 4th quarter pipe dreams
are seeming more and more worth fighting for
so i'll curate some situations, make my job a big vacation
and i'll say FUCK BUSH AND FUCK THIS WAR
my war paint is sharpie ink and i'll show you how much my shit stinks
and ask you what you think because your thoughts and words are powerful
they think we're disposable, well both my thumbs opposable
are spelled out on a double word and triple letter score

we won't stop until somebody calls the cops
and even then we'll start again and just pretend that
nothing ever happened

we won't stop until somebody calls the cops
and even then we'll start again and just pretend that
nothing ever happened

we're just dancing, we're just hugging,
singing, screaming, kissing, tugging
on the sleeve of how it used to be


por Virginia Woolf * 19:22
|

____________________

[21 fevereiro 2008]

29 years...

somente para ouvir a música, clicar aqui:

Could you tell the enchantment I said goodbye
I met a girl called disillusionment

Could you tell her I made the headlines
This boy drawed wings on everything

Could you tell her to check the headlines
This boy burns angels in the river

You know I dreamed about you
For 29 years before
I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for 29 years

Bird that flys out of order
Underneath the sky
I run up to the rainbow, girl
Just to pass it by
I'll never have a change of heart
I swore I'd never sing
I have no heart this one is gone
And now I wear the wings

You know I dreamed about you
For 29 years before
I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for 29 years

You know I dreamed about you
For 29 years before
I saw you
You know I dreamed about you
I missed you for 29 years

You know I dreamed about you
For 29 years before
I saw you


por KaRL * 22:15
|

____________________

O Deus das Moscas

Por coincidência, estou a ler isto:


por Virginia Woolf * 03:17
|

____________________

Voltas na cadeira Pt. II



Imaginem um sítio, uma terra quase "de ninguém". Que é ocupada e onde todas as nossas acções mais terríveis são desculpadas, porque: 1º - somos o povo que ocupa, o povo superior; 2º - temos razão em estar ali, porque, ao fim ao cabo, aquilo é uma terra de "ninguém", e todos esses "ninguéns" são inferiores; 3º - Quem não está nessa terra "de ninguém", diz que as acções lá cometidas são por um bem maior, e como tal, compreensíveis. Ora bem, isto acontece em vários pontos do globo, e nós vivemos como se nada fosse, porque pensamos que nada podemos fazer, ou porque essa verdade não nos é esfregada na cara de uma maneira tão incómoda que pensamos até que é mentira. E talvez não consigamos fazer algo, mas viver em negação e aceitar coisas que acontecem como "compreensíveis", não são solução.
Brian de Palma filma como se de um documentário amador se tratasse, todas as acções num "diário de bordo" (muito num género Blair Witch Project), com a mesma coragem/cobardia de um repórter de guerra, a que tudo assiste mas nada faz. A diferença é que quem está por trás da câmara é um soldado. Talvez não traga grande novidade, mas parece-me que é sempre importante relembrarmos.
O filme "reconta" a situação de soldados que após uma investida e consequente aprisionamente a casa de supostos "insurgentes", retornam lá para violar uma rapariga de 15 anos, e para tapar o rasto matam toda a familia e a rapariga, queimando-a. Tudo isto feito e filmado, em pleno sangue frio.
Óbvio que tudo isto é uma grande pescadinha de rabo na boca. Rapazes de 20 anos vão para a guerra, porque lhes dizem que estão a fazer algo importante pelo seu país, porque juntam dinheiro para ir para a Faculdade, porque não estão a fazer "nada" no sítio onde estão. E então, as consciências e cérebros são lavados, de uma maneira que, mesmo quem quer fazer "o mais correcto", duvide do que é o "bom" e o "mau". Não existe qualquer "lei", não se aplica. Ninguém quer ver o seu território ocupado, especialmente quando vê familiares a morrer de forma completamente ilegítima e indescriminada, quando os seus direitos são completamente cortados e desrespeitados. Qualquer soldado mais consciente se questionará, de qual será então o seu objectivo ali. Mas não há maneira de sair e há sempre esquemas para os convecer de que ficar é a atitude certa.
Mas a terra de "ninguém" é, afinal, de alguém.


por Virginia Woolf * 02:25
|

____________________

[18 fevereiro 2008]

Ah...

...sim, os The National vêm cá. E talvez eu esteja em Berlim. Bem podiam fazer o jeitinho de também lá ir, não é sr. Berninger? A ver se também cais em palco com as músicas do Boxer. :x


por Virginia Woolf * 23:37
|

____________________

Futilidades

Quero este vestido:

Feb 15th 2008: The charity auction for the dress that Antony designed is now taking place. Bidding will continue for one week.
Ainda vão a tempo portanto.
Antony has designed a single white silk dress as part of a new venture with online boutique Yoox.com. The dress will be auctioned on eBay on Valentine’s Day 08 with the proceeds going to the Sylvia Rivera Law Project (SRLP), the US rights organisation for people to self-determine gender identity and expression regardless of income or race, and without facing harassment, discrimination or violence. see yoox.com in the coming days for more info.
http://www.yoox.com/corporate/gb/yooxer_830.asp

E este senhor ainda há-de cá vir até ao final do ano, "The Crying Light" é lançado este Outono. A contar os dias.
E já agora, isto está verináice:

É um menino tão talentoso.


por Virginia Woolf * 23:31
|

____________________

[17 fevereiro 2008]

4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias


Deprimente.
Desconfortável.
Estou a notar um certo padrão nos finais dos filmes Romenos.
A personagem a quem o título se deve só dá vontade de dar umas quantas chapadas.
O choque que se sente na primeira parte do filme é de dar voltas à cadeira.
A ansiedade que se sente na segunda parte do filme é de dar voltas à cadeira.
O medo que se sente, não só por sabermos que se passa no regime comunista de Ceaucescu... mas todo o "processo" de um aborto clandestino.
A escuridão.

Lembro-me de há uns tempos ver num documentário sobre o regime comunista de Ceaucescu, a descrição de mulheres que eram totalmente vigiadas e controladas nos seus empregos (controlo das menstruações, etc.), e dos métodos que recorriam para terminarem a gravidez, desde atirarem-se para uma piscina gelada, a introduzir sumo de limão para expelir o feto. Tudo isto se passava, enquanto aos mesmo tempo crianças com deficiências eram escondidas do mundo em condições desumanas, lado a lado com ratazanas.


por Virginia Woolf * 03:25
|

____________________

[14 fevereiro 2008]

Hate


Plainview: I have a competition in me. I want no one else to succeed. I hate most people.

Em todo o ser humano há uma certa vontade de ser melhor que os outros, uma certa ambição. Mas, por vezes, por razões pessoais, emocionais, paramos, deixamos que os outros nos passem à frente. Passa um, passa outro, até que por vezes somos apenas uma pequena sombra, que não se importa de ser espezinhada, ou ficar no canto. Daniel Plainview não é assim, é o oposto, o verdadeiro oposto, e é isso que nos fascina... aquela parte de nós que tem ambição, quer ser como ele. Talvez, até, queira sentir o ódio como ele o sente, esbofetear e passar por cima, só porque quer ser melhor, quer mostrar que é melhor. E, por um lado, vemos, naquela alma escura como o petróleo que lhe dá a sua vida e morte, a completa solidão. Mas, até essa solidão tem de ser posta de parte, até o amor que se sente por um filho, ou um camarada, são escondidos, fechados a sete chaves, porque essa ambição de ser maior, melhor, mais forte, fala sempre mais alto.

Espera-se sempre, que esta solidão escondida o dobre, que tenhamos, até, um final em que o homem morre sozinho, abandonado, e não que isso seja mentira, mas não é isso que interessa. No final, vemos sim, como o ódio é aquilo que o alimenta, como a superioridade, como respira e ganha forças na autoridade que tem sobre os outros. Admiramos e rimos, até, quando ele rebaixa o cobarde que, apesar de inúmeras tentativas para o mudar, para ficar por cima, acaba aos seus pés. Uma chamada de atenção para Paul Dano, interpretando o papel de "falso profeta" da Igreja da Terceira Revelação. Paul Dano já nos tinha dado o ar da sua graça em Little Miss Sunshine, e que aqui, embora seja quase inevitável, se esforce por não ser ofuscado por Daniel Day-Lewis. interpretando o papel de "falso profeta" da Igreja da Terceira Revelação. Nota também para a discreta, mas sempre como pano de fundo, banda sonora de Jonny Greenwood, aumentando sempre os momentos de maior tensão.

Noto, que nos últimos tempos, a América nos tem vindo a dar filmes sobre a sua "construção", o seu início, mas de uma forma consciente, pensada, olhando para os homens que a construíram como eles eram, como um ser humano, que se demonstra ser tão mais forte que o herói construído. Vemos homens poderosos, ladrões ou grandes industriais (se calhar, são quase a mesma coisa), cuja vida assenta nestas representações antagónicas. Este self-made man, que é Daniel Plainview, é interpretado na grandeza e poder que Daniel Day-Lewis nos habituou ao longo dos anos, metamorfoseando-se por completo. Não é Daniel Day-Lewis que ali vemos, é Daniel Plainview, na voz, no andar, no olhar. Desde as cenas iniciais, até ao derradeiro final, a entrega é completa, física e psicologicamente. Este filme é, em grande parte, Daniel Day-Lewis, ou, Daniel Plainview.

Talvez, tenha sido assim que ao longo da história, cegos pelo fascinio de homens semelhantes, seguimos homens "cegos" pelo poder ou pela ambição, actuando de forma tão segura e mostrando-nos a força de uma autoridade, melhor que qualquer das nossas liberdades. Queríamos, talvez, ser como eles e se não fosse possível, ser comandados por eles.

P.S.- Como é que o Paul Thomas Anderson realiza um filme como este, antecedido pelo Punch Drunk Love?


por Virginia Woolf * 17:40
|

____________________

[13 fevereiro 2008]

O que é Nacional também é bom...


http://www.myspace.com/ospontosnegros


http://www.myspace.com/seanrileymusic


...ou menos mau.


por Virginia Woolf * 02:25
|

____________________

Mari Boine




Aka Moon foi muito bom. Além do sr.Ministro das Finanças estar presente, ainda pensámos ir pedir-lhe uns trocos, os três músicos são simplesmente grandiosos; o saxofone, bateria e baixo, em grande harmonia.
Sábado há isto, "Mari Boine Persen is a Norwegian Sami musician known for having added jazz and rock to the yoiks of her native people. Boine (born 8 November 1956 in Finnmark, Norway) grew up amid the Laestadian Christian movement as well as amidst discrimination against her people. She was asked to perform at the 1994 Winter Olympics in Lillehammer, but refused because she perceived the invitation as an attempt to bring a token minority to the ceremonies. Gula Gula (1989, Real World) was her breakthrough release, and she continued to record popular albums throughout the 1990s."
Ainda sobre a senhora... Mas Mari não se acha porta-voz dos Sami. “Não posso representar um povo inteiro. Mas posso contar a minha história como Sami e dessa forma contar parte da história do povo Sami. Nas minhas canções posso descrever a dor da opressão, a luta para ganhar o respeito próprio, mas também a alegria de crescer numa cultura que tem uma ligação tão forte com a natureza”.
Também, por 5euros, na Culturgest, alguém?

http://www.myspace.com/boine
http://www.culturgest.pt/actual/mari_boine.html


por Virginia Woolf * 02:08
|

____________________

[11 fevereiro 2008]

God's Away on Business

O primeiro video que vi de Tom Waits, de uma música fantástica.



I'd sell your heart to the junkman baby
For a buck, for a buck
If you're looking for someone
to pull you out of that ditch
You're out of luck, you're out of luck

The ship is sinking
The ship is sinking
The ship is sinking
There's leak, there's a leak,
in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who ore the ones that we kept in charge
Killers, thieves, and lawyers

God's Away, God's away
God's away on Business. Business. God's Away,
God's Away God's Away on Business. Business.

Digging up the dead with
a shovel and a pick
It's a job, it's a job
Bloody moon rising with
a plague and a flood
Join the mob, join the mob
It's all over. It's all over, It's all over
There's a leak, there's a leak,
in the boiler room
The poor, the lame, the blind
Who are the ones that we kept in charge?
Killers, thieves, and lawyers

God's away. God's away, God's away
On Business. Business.
God's away, God's away. God's away
On Business.

Instrumental Break
Goddamn there's always such
a big temptation
To be good, To be good
There's always free cheddar in
a mousetrap, baby
It's a deal, it's a deal
God's away, God's away, God's away
On Business. Business.
I narrow my eyes like a coin slot baby,
Let her ring, let her ring
God's Away, God's Away
God's Away on Business.
Business....


por Virginia Woolf * 19:28
|

____________________

Quem quer vir?




Pela módica quantia de 5euros para os menores de 30. Amanhã, na Culturgest, pelas 21h30.
"Experimentalismo, vanguarda e originalidade são os trunfos maiores do trio Aka Moon e as principais razões para não perder o seu regresso a Portugal, no dia 12 de Fevereiro, para um concerto na Culturgest, Lisboa.

O saxofonista Fabrizio Cassol, o baixista Michel Hatzigeorgiou e o baterista Stéphane Galland compõem o trio belga de jazz/rock. Qualquer um deles é alérgico a convenções. A própria história do seu encontro é um exemplo de percursos fora do ramal comum. Conheceram-se em 1990 em África, no meio dos pigmeus Aka, onde se deixaram levar pela música polifónica e polirítmica da tribo. No regresso, entraram juntos em estúdio e saíram de lá com o primeiro álbum, homónimo, dois anos depois. Muitos outros registos se seguiram, com constante sucesso perante a crítica. Os diferentes projectos levaram o trio a elogiadas colaborações com gente do teatro e da dança, e com músicos como Marc Ducret, David Gilmore, Doudou N’jaye, Ancesh Pradham e até uma orquestra de DJ."


por Virginia Woolf * 19:23
|

____________________

[10 fevereiro 2008]

In the end

Isto é lindo, e eu gosto de coisas lindas. Gosto de coisas belas, que por vezes até parecem feias, ou que dizem que são feias. Adoro este filme (Shortbus), dá para rir, dá para chorar (e saber jogar com o riso desta maneira é uma arte). E, se calhar, é por nos vermos um pouco em cada personagem, ou numa mais que outra. Tão cheias de defeitos, ou frustrações como nós. Sem conseguir saltar certa barreira que, não nos deixa avançar. Para acompanhar, a banda sonora é das mais belas que tenho ouvido, ao lado, se não acima, das do Eternal Sunshine of the Spotless Mind, The Assassination of Jesse James..., The Hours, Velvet Goldmine, Tarnation (por acaso o Johnathan Caouette faz um cameo neste filme), e 'tá bem (Rita), se calhar é por ser da discográfica do Conor Oberst, Team Love.
Não quero ser spoiler para ninguém, portanto, se não viram o filme e ficaram com algum interesse, não vejam o video.


por Virginia Woolf * 23:02
|

____________________

Aubrey Beardsley!

Ora bem, há já tempo que gosto bastante deste senhor. Para poupar trabalho, Aubrey Vincent Beardsley (August 21, 1872 – March 16, 1898) was an influential English illustrator, and author, best known for his erotic illustrations. Quem gosta de Oscar Wilde, é capaz de saber, ou gostar de saber, que ele fez as ilustrações para o Salomé. Quem gosta de Smashing Pumpkins, é capaz de saber, ou gostar de saber, que esse videoclip lindíssimo que é o Stand Inside Your Love foi inspirado no Salomé, e nas ilustrações que Beardsley fez para ele (o facto do ser a preto e branco provém daí). Pelo post anterior, pela referência à casa Milá, já deu para ver, mais ou menos, o meu interesse (e paixão) por Art Nouveau, e o Aubrey Beardsley é um grande exemplo dela. Apesar disso, "Aubrey Beardsley was the most controversial artist of the Art Nouveau era, renowned for his dark and perverse images and the grotesque erotica, which were the main themes of his later work. Some of his drawings, inspired by Japanese shunga, featured enormous genitalia. His most famous erotic illustrations were on themes of history and mythology, including his illustrations for Aristophanes' Lysistrata and Wilde's Salomé." Sim, "Japanese", mas ele inspirou-se nos shunga (aqueles desenhos japoneses eróticos, que todos nós conhecimos) e criou algo completamente novo, original, atractivo. Como o sr. Wilde, o sr. Beardsley também era homossexual, e um pouco doente, portanto deve ter tido uma vidinha difícil. E como além de gostar de Art Nouveau, também gosto destes misfits da sociedade que fazem alguma coisa que se destaca e é valorizada, Aubrey Beardsley é certamente um icone (meu, pelo menos). Além disso, acho que temos uma parecença:x Aqui está o senhor:

e a sua Arte:

The Peacock Skirt, 1892.
Gostei particularmente disto, "Aubrey Beardsley was so extravagantly foppish, so precious in his speech and so languid in his posturings that Oscar Wilde claimed him for his own invention." On page 63, Weintraub quotes Wilde: "I invented Aubrey Beardsley." Weintraub disagrees: in his opinion, Beardsley invented himself (in "Satan's Fra Angelica," review of Beardsley: a Biography).
Para mais, sempre podem ir à Wikipédia ou a http://beardsley.artpassions.net/


por Virginia Woolf * 22:32
|

____________________

Mariquices

Sinceramente, nunca percebi bem este "recente" fascínio Ocidental por tudo o que é Oriental (tudo o que tenha um pouco de exótico e metafísico), tudo bem que provavelmente espiritualmente possam ser "melhores" que nós, ou ter mais técnica, mas, com as modas, normalmente, as coisas deixam de ter qualquer espiritualidade que seja. Falando por mim, sou muito Ocidental, muito Europeia (se bem que ache o Yoga catita), especialmente nos espaços, no dia-a-dia. Gosto de conhecer, mas não vejo fascínio, e assim de repente, consigo-me lembrar de 3 ou 4 pessoas que, por exemplo, adorem o Japão, que é o sítio mais "in" da Orientalidade. No design e arquitectura então, não percebo... não acho piada nenhuma a estas camas:

quem é que gosta de dormir quase no chão? E depois, são coisas sem piada nenhuma, uma tabuazinha preta:x Não será isto muito mais bonito:

Isto sim, é giro. Sem mencionar que toda a casa Milá do Gaudi é linda, era capaz de roubar toda aquela mobília para a minha futura casa. Ou, isto:

Sempre dá para sentar (e tudo bem que o quarto é piroso, mas a cama é gira). E sim, sou esquisitinha com camas, mas, gosto muito delas.


por Virginia Woolf * 22:14
|

____________________

[05 fevereiro 2008]

Isto sim...

Há qualquer coisa neste videoclip... Achei piada a isto... "...the video has many references to Cambridge, where Syd Barrett (insert heart :x), Roger Waters and David Gilmour grew up. The university scarfs, bikes and punts on the river being obvious ones. Also shown is an oversized bust of Syd Barrett..." E a isto, relativamente ao The Division Bell, "The cover artwork, by long-time Pink Floyd collaborator Storm Thorgerson, shows two metal head sculptures sculpted by John Robertson, each over three metres tall and weighing 1500 kilograms. They were placed in a field in Cambridgeshire and photographed under all weather and lighting conditions over a two-week period, sometimes with visual effects such as lights between them. Ely Cathedral is visible in the background, as are lights (actually car headlights on poles), shown through the sculptures' mouths." So, no matter what they say... this is still a great album.



Beyond the horizon of the place we lived when we were young
In a world of magnets and miracles
Our thoughts strayed constantly and without boundary
The ringing of the division bell had begun

Along the long road and on down the causeway
Do they still meet there by the cut

There was a ragged band that followed in our footsteps
Running before time took our dreams away
Leaving the myriad small creatures trying to tie us to the ground
To a life consumed by slow decay

The grass was greener
The light was brighter
With friends surrounded
The night of wonder

Looking beyond the embers of bridges glowing behind us
To a glimpse of how green it was on the other side
Steps taken forwards but sleepwalking back again
Dragged by the force of some inner tide

At a higher altitude with flag unfuried
We reached the dizzy heights of that dreamed of world

Encumbered forever by desire and ambition
There's a hunger still unsatisfied
Our weary eyes still stray to the horizon
Though down this road we've been so many times

The grass was greener
The light was brighter
The taste was sweeter
The nights of wonder
With friends surrounded
The dawn mist glowing
The water flowing
The endless river

Forever and ever


por Virginia Woolf * 03:33
|

____________________

[04 fevereiro 2008]

Nickzinho

Isto é diarreia mental. Mas isto é tão bom, tão bom... que não posso deixar de partilhar comigo mesma :x Eu disse que o filme tinha estes efeitos secundários...


por Virginia Woolf * 00:26
|

____________________

[03 fevereiro 2008]

Don't that picture look dusty?


O Assassínio de Jesse James pelo cobarde Robert Ford traz-nos, como o título indica, a descrição dos últimos dias de um dos rostos da América. Através da lente de Andrew Dominik olhamos para Jesse James, assassino e ladrão de profissão, nos seus traços mais profundos, reconhecemos-lhe na pele os anos de formação, vemos-lhe o peso e o cansaço da luta e da fuga, e apercebemo-nos, lentamente, do Homem a par da sua lenda, como um herói grego a par da sua tragédia. Sentimos que foram estas lendas que criaram um país, e que, normalmente, criam os países e os fazem crescer. Mas a vida de Jesse, talvez como a história da América, é diferente. Jesse, porém, não crê na América, não seguiu o caminho mais “correcto” na sua conquista, e no fim, é traído, como que se rende, largando o coldre que lhe era inseparável.

O Assassínio de Jesse James é de uma beleza humana, beleza natural, é filmado com beleza, que podemos tocar, nuvens que correm desenhadas no céu azul, o vento que bate nas searas douradas, as próprias expressões, com ou sem vida, é este o ambiente que nos fascina. A ansiedade aumenta à medida que prevemos o fim (das mais belas cenas de cinema aquela a que o título se refere), e que o vemos no corpo e rosto de Brad Pitt, encaixando na perfeição no papel no homem que se vê constantemente entre a dualidade do que é o dever, entre a ternura e a violência. Podemos admitir o verdadeiro amadurecimento de um bom actor. Casey Affleck, como Robert Ford, revela também a sua força crescente como actor, não só no retrato de rapaz enjeitado, medroso, e admirador profundo de Jesse, mas, também, na sua viragem, quando alcança os seus minutos de glória matando o seu herói. Na verdade, Robert nunca deixa de ser o rapaz cobarde, funcionando como a antítese de Jesse. Tudo isto me recordou o significado de Honra na Antiga Grécia, e pensar que esta tentativa de a alcançar, das mais diversas maneiras, nunca esmoreceu. Será que o assassínio de Jesse por Rob Ford lhe concede a “imortalidade”, um reconhecimento ainda maior? É preferível morrer “com glória”, do que sobreviver sem ela. Jesse James não cai no esquecimento, Robert Ford sim.

Toda a temática, profundamente bem narrada e representada, é partilhada com a banda sonora lindíssima de Nick Cave e Warren Ellis, onde se reconhece o estilo de Nick Cave no piano que ouvimos, e uma vontade enorme de ouvir The Boatman’s Call. Nick Cave e Warren Ellis, já nos tinham dado mostras do seu trabalho numa banda sonora talvez menos coesa, no grande The Proposition, fica também já aqui a recomendação deste outro filme, com uma história um pouco semelhante, situando-se também no início de um país.
Que 2008 nos dê mais filmes assim.


por Virginia Woolf * 22:19
|

____________________

Há mais cor na excentricidade



E a Índia ajuda a dar esta cor, esta variedade de cores, tão complexas, tão incompreensíveis como as pessoas o são. Darjeeling Limited, o novo filme de Wes Anderson, é simplesmente delicioso. Anderson continua o seu retrato de famílias e pessoas disfuncionais, com as quais nos identificamos tão bem. Mas, desta vez, fá-lo ainda melhor, ainda com mais força. Viaja-se por um país e ambiente distante, na companhia de três irmãos que se reencontram após um ano de separação e que, por sua vez, vão ao reencontro da mãe. O filme mostra-nos como tentam sarar as suas feridas, individuais ou colectivas, tudo projectado no estilo de comédia-dramática, que Wes Anderson nos tem vindo a habituar. A escolha do elenco é perfeita, em especial a personagem de Jason Schwartzman, que se tem vindo a evidenciar como actor.

Se isto é insuficiente, temos ainda, numa curta-metragem em tom de apresentação ao filme, Hotel Chevalier, a belíssima Natalie Portman, em grande estilo... e uns segundos iniciais de Bill Murray.

Francis: I guess I've still got a lot of healing to do.
Jack: Gettin' there, though.
Peter: Anyway, it's definitely going to add a lot of character to you.


por Virginia Woolf * 18:22
|

____________________

Podia ser o Gato Fedorento... mas não é.

É triste isto...



...fazer-me lembrar isto:



E eu, que quando acabei de ver o filme, disse que Portugal não estava assim tão mal...


por Virginia Woolf * 18:19
|

____________________