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[30 setembro 2005]

Será Desta? - a saga continua...



WORLD PRESS PHOTO 2005 (CCB)

Esta é a 48.ª edição da exposição World Press Photo que é anualmente apresentada em cerca de 40 países de todo o mundo. Todos os trabalhos premiados são apresentados e, este ano, estarão em exposição cerca de 200 fotografias que representam os melhores trabalhos de fotojornalismo mundial do ano passado.



  • Horário:

- De terça-feira a domingo: das 10:00h Às 19:00h.
(Última entrada às 18:15h)

  • Local do Evento:

- CCB, Galeria 2 – Piso 1

  • Preço:

- O custo de entrada na exposição é de 3.5€.

- Para as crianças até aos 12 anos o custo é de 0,5€.

- Os estudantes, os portadores do Cartão Professor CCB e os maiores de 65 anos têm desconto de 50%. (Os descontos não são acumuláveis).


Morada:
Centro Cultural de Belém
Praça do Império
1449 - 003 Lisboa



por KaRL * 15:28
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[26 setembro 2005]

Será Desta? - Parte II...

SIGUR RÓS

20 Novembro - COLISEU DOS RECREIOS


Que mais dizer sobre esta banda?
Vindos da Islândia, com vozes e instrumentos que se enlaçam e nos dão a mão, como se do Peter Pan se tratassem, mostrando-nos novos mundos. Não a Neverland, mas sim o Céu e o Inferno, utopias que apenas sonhámos. Envolvem-nos em frio e calor, gritam o que queremos suspirar, suspiram os sentimentos que temos escondidos em nós e não conseguimos exprimir…



Quanto ao novo álbum, é mais caloroso que os anteriores. Eu costumo dizer que o Von é o início de uma guerra violenta e áspera, o Ágætis Byrjun é o acalmar dessa guerra, o fim do apocalipse sem futuro certo, com uma mão dada à esperança e a outra mão a ser puxada para o abismo. Seguidamente o ( ) traz-nos uma tristeza perante o vazio a que fomos conduzidos, as lágrimas sobre as cinzas das árvores que queimámos. Pois bem, nesta ordem de pensamento posso então dizer que o Takk é o renascer de todas as coisas belas que existiram antes da destruição, é o renascer do calor do planeta, um álbum muito bom, e basta ouvir-se os primeiros 50 segundos da “Glosoli” para iniciarmos a viagem e reconhecermos os nossos guias islandeses. A música seguinte “Hoppipolla”, com batidas ritmadas de teclas de piano límpidas, com o crescendo característico desta banda, convida-nos para um pequeno-almoço sossegado enquanto lemos o jornal repleto de eventos que nos dão vontade de partir para um mundo diferente. Outra das minhas favoritas é a “Milano”, que me leva para o mundo onde por vezes desejo estar, a minha infância. Revejo-me em plenos anos 80, inocente mas com um estranho sentimento que algo se escondia nas sombras do futuro e que a vida não poderia ser tão simples. Tudo parecia límpido demais, de tal modo que me confundia e não me deixava aproveitar o que tinha; chorava por dentro e sorria por fora, e não compreendia os motivos. Questiono as razões que me fizeram sentir tão diferente, num misto de injustiça e incompreensão, querendo explodir e soltar um grito final, tal como se ouve nesta canção...
Takk é um álbum que parece despertar-nos para uma manhã calma de Domingo repleta de luz, que nos faz acordar com um sorriso nos lábios como crianças que acordam ao fim de semana para irem brincar com amigos, com brinquedos, com a sua inocência e vontade de viver; e é também um álbum que nos faz voar por cima da água, com o Sol a brilhar no céu iniciando a sua descida diária. Ouvi este álbum num comboio em cima do Tejo ao final da tarde… voei, senti que voei… sei que voei.



por KaRL * 15:41
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[20 setembro 2005]

Another test...

A nossa letra revela quem somos?



O Meu Resultado (não posso dizer que concorde muito mas as perguntas/respostas também não me pareceram muito abertas):

A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. A ligação de sua letra revela organização, raciocínio lógico e razoável capacidade de adaptação. A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas cotidianas. A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. As áreas valorizadas na sua escrita destacam imediatismo, preocupação com questões materiais e pouca motivação de crescimento interior. A forma de sua letra demonstra sinceridade, capacidade de adaptação, espontaneidade; sensualidade.


por KaRL * 16:31
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[19 setembro 2005]

just to say something...

Muitos de nós temos aqueles gostos muito pessoais, que consideramos serem só nossos e que não partilhamos com mais ninguém. por vezes sentimo-nos sozinhos na nossa contemplação. mas quando começamos a olhar em volta e vemos os outros a entrarem no mundo que criámos, onde nos isolámos em admiração daquilo que sempre considerámos só nosso, lamentamos a partilha que anteriormente procurávamos conceber.

Falo no caso concreto de bandas musicais. existe quase sempre uma banda que adoramos, mas os nossos amigos desconhecem (o que chega a ser frustrante). sabemos que outras pessoas também gostam dessa banda, mas como não entram na nossa vida, esse gosto permanece pessoal e único no nosso mundo privado. Mas quando olhamos em nossa volta, e vemos muita gente a contemplar essa banda, sentimos uma espécie de "invasão da nossa privacidade" e quase nos revoltamos contra isso, lamentando termos um dia desejado que alguém próximo partilhasse esse gosto connosco.

No meu pequeno historial, aconteceu com os Placebo e os Radiohead, só para mencionar alguns... e agora, aconteceu com...




...THE ARCADE FIRE :(


por KaRL * 22:35
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[16 setembro 2005]

Será desta? ...

Cinemateca Portuguesa
Sábado 21:30 Sala Dr. Félix Ribeiro - 2.5 Euros




NOSFERATU, EINE SYNPHONIE DES GRAUENS
De F.W. Murnau
Alemanha, 1922 - 140 min.
legendado em mudo, intertítulos legendados em português (electronicamente)



“Quando chegou ao outro lado da ponte, os fantasmas vieram ao seu encontro”. Este célebre intertítulo de NOSFERATU abre as portas do cinema fantástico (mas só do cinema fantástico?). A primeira e mais célebre adaptação de Bram Stoker (Dracula) é um dos filmes mais eróticos da história do cinema. Murnau utilizou técnicas e efeitos especiais únicos na época como, por exemplo, o recurso à imagem em negativo para que as áreas mais escuras da imagem aparecessem brancas ou a fundidos (efeitos ópticos então conseguidos a partir da técnica de dupla exposição).


por KaRL * 12:14
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[15 setembro 2005]

As cores de Frida



Deu há pouco tempo na televisão o filme sobre a pintora Frida Kahlo (pintora mexicana nascida a 7 de Julho de 1907), representada por Salma Hayek e realizado por Julie Taymor, que faz um trabalho excepcional. Em comparação com outras biografias de pintores, como a de Pollock, fiquei simplesmente fascinada, nao só pela sua vida, mas pelas pinturas, sinceramente desconhecia a sua vida e trabalho antes do filme, é-nos dada uma perspectiva do lado feminino. Com contornos surrealistas (chega a conhecer Andre Breton), mostra-nos algo tão verdadeiro, tão forte e tão arrojado, como se estivesse a desafiar alguém, ou a ela mesma, a abrir-nos os olhos para algo que silenciamos, arrebatadoramente sensual e frágil.
Frida sofreu toda a vida, física e psicologicamente. Teve poliomielite aos cinco anos e aos dezoito é vitima de um acidente de autocarro, o qual lhe traz inúmeras consequências de saúde (parte o pescoço, a espinha dorsal, costelas, o pélvis e ainda, onze fracturas na perna direita que já de si, devido à sua crise de poliomielite, parecia muito mais estreita que a esquerda) . Passa um mês deitada e pouco depois ganha a paixão pela pintura. Embora voltando a andar, foi muitas vezes hospitalizada ao longo da vida e passando por imensas operações.
Casa-se com Diego Rivera (aqui Alfred Molina), também pintor essencialmente de murais, um casamento difícil, devido às compulsivas traições de Diego (sendo a mais grave com a irmã de Frida), seguindo-se as de Frida (com homens e mulheres), mas encontrando também extrema cumplicidade, como colegas de trabalho, de criatividade, uma forte ligação de amizade... a certa altura no filme Frida diz a Diego que ao longo da vida terão tido a maior relaçao de amizade e colegas de trabalho mas nunca de marido e mulher, "I suffered two grave accidents in my life. One in which a streetcar knocked me down...The other accident is Diego." Mesmo assim, amavam-se, sucumbindo Frida a muita da sua independência por Diego, mesmo depois do divórcio que so durou um ano, Diego ficou ao seu lado ate à sua morte. Frida começa a beber e a fumar, "I drank to drown my pain, but the damned pain learned how to swim, and now I am overwhelmed by this decent and good behavior."
Frida ocupa um grande lugar não só no mundo da arte, sendo a primeira mulher a quem o Louvre compra um quadro, mas no mundo da mulher, representando um papel importantissimo na emancipação desta, apareceu talvez na altura certa. Muito provavelmente a sua maneira de olhar para a sexualidade, olhando para o amor feminino com a mesma importância e valor que olhava para o masculino, ajudaram esta visão e brutalidade que punha nas telas. De notar a cena do tango com Ashley Judd, uma das cenas mais sensuais do filme, ou a cena em que Frida corta o cabelo vestida com um fato de homem (existindo também o quadro). Subversiva desde jovem, mesmo vindo duma familia burguesa, Frida absorve ideais comunistas, pelas quais também se alia a Diego, (que em certa altura pintou um mural no Rockefeller Center, destruído devido à presença da imagem de Lenine), incitando um espirito revolucionario, Frida dizia que tinha nascido em 1910, depois da Revoluçao Mexicana, queria que a sua vida começasse no México moderno. Tem também um caso com Trotsky (Geoffrey Rush no filme), quando este se exila no Mexico em casa dos pais de Frida, à qual lhe custa um interrogatório na policia devido ao assassínio deste.
A arte nasceu com ela e talvez tenha também sido por ela que Frida se agarrou à vida. O filme mostra-nos o calor do México, as cores fortes como fogo, em comparação com os outros países mostrados no filme pelos quais Frida demonstrava algum desprezo vendo-os como paises elitistas e cheios de arrogância . Pintados a cinzentos, a cores mortas e monótonas. E a música, cheia de emoção, de vozes alegres ou sofridas, algo imprescindivel que marca os vários ambiente, as vozes do México, tão verdadeiras e atraentes como os quadros de Frida. Via-se o México em Frida (sítio onde tem apenas uma exposiçao) nas suas roupas típicas, sendo uma das suas marcas. Frida piora de saúde, sendo cortados os dedos de uma perna devido a uma infecção de gangrena o que lhe causaram estados depressivos e tendências suicidas, morre então a 13 de Julho de 1954. Frida, como era seu desejo foi cremada, afirmando que passara tempo suficiente deitada.
Uma vida e personalidade espantosas e uma grande biografia (embora à maneira de Hollywood), com representações espantosas, dando-nos uma noção de História e de Arte. Peço desculpa se fui "spoiler" em relaçao ao filme, mas vendo-o ou nao acho que trará curiosidade sobre a pessoa que ela foi, não queria escrever só sobre o filme, mas tambem sobre Frida Kahlo.

Nota Final: 8.5/10



Sites uteis sobre a vida de Frida:
http://www.chasingthefrog.com/reelfaces/frida.php
http://members.aol.com/fridanet/kahlo.htm


por Virginia Woolf * 12:57
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[13 setembro 2005]

Tertúlia de Bocage - 4ª Feira em Setúbal


“Eis Bocage... Conversas de Botequim” - 6ª Edição



No ano em que se comemora o bicentenário da morte de Bocage e se celebram os 150 anos de existência do Club Setubalense, o “Setúbal na Rede” volta a criar o ambiente ideal para que se usufrua de um momento de convívio em torno do vate sadino.
Integrado no programa do Ano Bocage, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, o “Setúbal na Rede” promove a sexta edição da tertúlia “Eis Bocage… Conversas de Botequim”, que se realiza no dia 14 de Setembro, pelas 21h00, no Club Setubalense.
Com as iguarias regionais sobre a mesa, diversos artistas contribuindo para o espírito, a poesia tem as condições criadas para correr livremente, faltando só a sua presença, que muito nos honrará.
Participam nesta edição Artiset, Associação Dedicarte, Centro de Estudos Bocageanos, João Lagarto, Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Teatro Animação de Setúbal, Teatro do Elefante, Teatro O Bando, Teatro Estúdio Fontenova e Poetas diversos.



Club Setubalense

14 de Setembro, 21:00h

Entrada gratuita mediante inscrição

Tel: 265 235 667 ou 265 520 749 Fax: 265 552 713

e-mail: rp@setubalnarede.pt - http://www.setubalnarede.pt
Ou através do formulário nesta página.



por KaRL * 14:14
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[12 setembro 2005]

Vilões de Cinema / Filmes do Tim Burton



"Which Movie Villain Are You?"


*cuidadinho comigo*

Ja agora... algumas Quotes dele:

Hannibal Lecter: A census taker once tried to test me. I ate his liver with some fava beans and a nice chianti.

Hannibal Lecter: You know what you look like to me, with your good bag and your cheap shoes? You look like a rube. A well scrubbed, hustling rube with a little taste. Good nutrition has given you some length of bone, but you're not more than one generation from poor white trash, are you, Agent Starling? And that accent you've tried so desperately to shed? Pure West Virginia. What's your father, dear? Is he a coal miner? Does he stink of the lamb? You know how quickly the boys found you... all those tedious sticky fumblings in the back seats of cars... while you could only dream of getting out... getting anywhere... getting all the way to the FBI.

Hannibal Lecter: Tell me, Clarice - have the lambs stopped screaming?


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Nightmare Before Christmas
You have been chosen to star in THE NIGHTMARE BEFORE CHRISTMAS! You just love musicals and gothic comedies! Maybe your a little unsure about something in your life just like Jack. For this role you need a good strong voice as you'll be singing alot.
"Which Tim Burton film are you from?"


Jack Skellington: There's children throwing snowballs / instead of throwing heads / they're busy building toys / and absolutely no one's dead!


por KaRL * 18:34
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[11 setembro 2005]

It's nice we met...



Fui ver o "Salto Mortal", diga-se que desde o princípio me chamou a atenção ao ver o cartaz, talvez fosse do olhar da Abbie Cornish, Heidi no filme, quase nos perfura com o olhar, com angústia, que nos pede algo que ela não tem, sem dúvida espantou-me pela representação, depois, foi vencer 13 prémios pelos Australian Filme Institute, dos quais Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Actriz, Melhor Actor e Melhor Argumento, fez também parte da selecção oficial de Cannes em 2004 e do Indielisboa de 2005. E não me enganei, gostei bastante, daqueles filmes que me provocam um abanão. Talvez esteja na moda retratarem jovens disfuncionais na nossa sociedade disfuncional, adolescentes com crises existenciais, com grandes ideais, meio perdidos, nascidos no meio de nada, ou no meio de coisas a mais. Depressões e tudo o que lhe vem agarrado, coladas a famílias destroçadas. Muito bem, é capaz de estar na moda fazerem-se filmes deste género, mas também não é mentira nenhuma que casos destes acontecem, o seguimento que se dá nos filmes, talvez seja apenas a libertação da prisão das ideias, não será propriamente a telenovela da tarde (ou noite) ou um romance da Maria. São filmes bem pensados, que nos questionam, são historias que fazem parte de nos, dos nossos medos, talvez nos recordem para olharmos para dentro. Não há famílias perfeitas e quem tem isso em mente "tire o cavalinho da chuva", partindo do princípio que se partilha um espaço, confiança e intimidade. Há que viver com o fino limite de não os quebrar, o que não é raro acontecer, por vezes sistemático. Em Salto Mortal isso acontece, põe-se à prova essa ideia não só num jovem qualquer, mas no mundo de uma jovem mulher que descobre a sua feminilidade, que desafia a sua sexualidade e todo o mundo que pode criar com essa "arma". Salto Mortal ("Somersault"), revela-nos uma dessas pequenas histórias que num ou noutro ponto associamos a nós mesmos. Heidi tem 16 anos, vive com a mãe, cuja relação nos parece meio separada, e o namorado da mãe, ao acontecer algo inesperado que se torna causa da sua culpa e consequência do seu isolamento, Heidi foge de casa. Perdida e tendo-se apenas a si mesma, chega a uma terra nova e usa o seu corpo e sexo como arma, não só de defesa, mas para não se sentir só, não sendo por vezes a forma mais segura. Talvez a forma mais rápida de se dar a alguém, mas a forma mais fácil para se usar alguém, para usar e deitar fora, para se ser manipulado. Heidi parece-nos muitas vezes um brinquedo fácil, ou uma criança que ainda não sabe o que é ou o que está a fazer. Até que conhece alguém que lhe desperta algo; Joe, filho de uma família rica de agricultores vê o amor apenas como sexo, mostra-se talvez tão assustado como ela, tão perdido de tudo e sobretudo com medo de se dar e aceitar o que está à sua frente, relutante sobre a paixão, vê essas ideias mudadas ao longo da história. Heidi vai descobrindo o que é o amor e as diferenças com o sexo, a amizade, a relação com a família, muitas vezes postas em causa. "Salto Mortal", é uma historia que nos mostra a fina barreira dos medos de qualquer um, do que nos pode ferir, de como se pode magoar alguém e a culpa que arrasta, que em todos nós existem problemas e ela toca-lhes e revela-nos como cada um os vive, como cada um se cala e se liberta sobre o outro, como se gera e quebra a confiança, o diário que guarda e nos é desvendado ao longo do filme ajuda-nos a manter a ligação com esse mundo de emoções. Revela-nos essencialmente como é difícil, darmos as nossas verdadeiras emoções. Duas coisas que ficam como nota: a fotografia, toda a cor envolvente, embora fria torna-se aconchegante, os azuis-claros misturados com o vermelho, a paisagem do local, a neve, a agua que é atirada ao vidro para a amiga na BP. Em segundo, Abbie Cornish que representa aqui um grande papel, como é dito no filme, ela faz-nos sentir "como quando éramos pequenos e a nossa mãe pulverizava o ar com perfume e depois passava por dentro dele...é essa a sensação que nos deixa. Fica colada a nós", acho que é a melhor maneira de caracterizar a representação dela, algo tão forte como nos darem uma estalada nas nossas emoções, fica gravado na minha memória algumas cenas; no início antes de ela fugir de casa, o sentimento de culpa, a mãe a olha-la como se "não a conhecesse" e as lágrimas, a cara de choro, a mão a tapar a boca dum grito adiado. No fim, a conversa com o "namorado", o dialogo que é construído, sobre os problemas e os medos de cada um e a amizade criada com Irene, a senhora que a aloja. Quanto à banda sonora, encaixa-se bastante no ambiente, as tais cores e sentidos, adorei o piano.
Enfim, assim como num poema, há quem o ache aborrecido e quem veja nele uma beleza intensa, é assim que olho para este filme.

Nota Final: 7.5/10


por Virginia Woolf * 16:53
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Don't Panic (?)



Baseada no "best-seller" de Douglas Adams, "À Boleia pela Galáxia", é uma comédia de ficção científica. O terráqueo Arthur Dent não está nos seus dias... A sua casa vai ser demolida, o seu melhor amigo é um extraterrestre e, para cúmulo, acaba de descobrir que o planeta Terra vai ser destruído para abrir caminho a uma via-rápida espacial.
Arthur só tem uma hipótese de sobreviver: apanhar boleia numa nave espacial. Para este novato do espaço a maior aventura do universo vai começar precisamente quando o mundo acabar. Arthur embarca então numa viagem em que nada é o que parece: aprende que uma toalha é a coisa mais importante do universo, encontra o sentido da vida e descobre que tudo o que ele precisa de saber está no Guia da Galáxia.


Ouvir alguém dizer que alguém disse que um filme é isto ou aquilo, nem sempre nos pode levar ao caminho certo. E ora bem quando alguém nos diz que um filme é hilariante, que nos vamos rir do princípio ao fim, pouco nos resta a não ser sentir uma curiosidade intensa para ir ver esse mesmo filme. E foi isso que fiz, e foi assim que me desviei do caminho certo.
Pronto, devo admitir que também nao foi nenhum desvio abrupto, não foi um acidente grave. Mas quando apenas me rio por duas ou três vezes nao considero o filme hilariante.
Mas falando dos pontos que gostei no filme: as interpretações não foram muito más, se bem que o Martin Freeman (Arthur Dent), tem um óptimo papel no The Office, mas aqui parece-me muito "insonso", mas se calhar era mesmo esse o objectivo desta personagem. O Sam Rockwell (Zaphod Beeblebrox) consegue explorar bem o seu papel mas por vezes cola-se muito à (mítica) personagem do Austin Powers, desta feita numa versão norte-americana anos 90, mas até teve alguma piada. Bem, vou tentar nao me alongar muito.
Senti a falta de um vilão!!! num filme deste género aguardei a chegada de um verdadeiro vilão, ao invés de uns monstros gordos com falta de pontaria ou um John Malkovich sem olhos. aiii a falta que um vilão fez... mas pronto, aplaudo o uso de "fantoches" para dar um look mais real aos monstros, em vez daquelas imagens digitais que infelizmente tomaram conta de certos filmes "star kof wars kof kof kof - episodes I,II,III kof kof kof" que no inicio eram bem mais reais e mágicos.
No geral, o filme entretém, nao serve para muito mais que isso (e eu nao pediria mais). No entanto, nao entretém tanto quanto poderia, tanto como eu esperava e por isso ficou aquém das expectativas. Nunca cheguei a ler o livro, conheço o culto à sua volta, e já ouvi dizer que a adaptação foi bem conseguida, mas naturalmente não poderei opinar sobre isso. Esperava um papel mais preponderante ao chamado "Guia da Galáxia".

Nota Final: 5.5/10


por KaRL * 14:24
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[10 setembro 2005]

O Anjo e o Diabo


Example



Em relação ao texto anterior, há uma cena na peça em que o Ricardo fala do seu fã nº1, um fã que o seguia para toda a parte, desde o primeiro espectáculo, e o que o distinguia acima de tudo era o seu riso, fora do vulgar... O fã nunca deixara de aparecer, mas inesperadamente, ao renovar as piadas, deixara de se rir. E Ricardo sentia essa falta, daquele riso. Nenhum riso era igual ao daquele fã, ao que aquele fã depositava nele, Ricardo voltava então a contar piadas antigas e o seu fã voltava a rir e Ricardo sentia a alegria anterior. Esta história fez-me lembrar um texto do Milan Kundera dum livro chamado "O Livro do Riso e do Esquecimento", que aconselho, não só em relação a esta peça, mas como pelo livro que é. Aqui fica para quem quiser ler:

"Conceber o diabo como um partidário do Mal e o anjo como um combatente do Bem é aceitar a demagogia dos anjos. As coisas são evidentemente mais complicadas.
Os anjos são partidários, não do bem, mas da criação divina. Pelo contrário, o diabo é aquele que recusa ao mundo divino qualquer significado racional.
O domínio do mundo, como se sabe, é partilhado por anjos e demónios. No entanto, o bem do mundo é partilhado por anjos e demónios. No entanto, o bem do mundo não implica que os anjos levem vantagem sobre os demónios (como eu pensava quando era criança), mas que os poderes de uns e outros estejam mais ou menos equilibrados. Se no mundo há demasiado significado incontestável (o poder dos anjos), o homem sucumbe sob o seu peso. Se o mundo perde todo o significado (o reino dos demónios), também não se pode viver.
As coisas inesperadamente privadas do seu suposto sentido, do lugar que lhes é atribuído na pretensa ordem das coisas (um marxista formado em Moscovo acredita nos horóscopos), provocam-nos o riso. Na origem, o riso é, portanto, do domínio do diabo. Tem algo de maléfico (as coisas revelam-se de repente diferentes daquilo por que se faziam passar) mas também contém em si uma parte de benfazejo alívio (as coisas são mais leves do que pareciam, deixam-nos viver mais livremente, cessam de nos oprimir sob a sua seria austeridade).
Quando o anjo ouviu pela primeira vez, o riso do Diabo ficou estupefacto. O caso passou-se durante um festim, estava a sala cheia de gente, e as pessoas foram acometidas uma após outra, pelo riso do diabo, que é horrivelmente contagioso. O anjo percebeu claramente que aquele riso era dirigido contra Deus e contra a dignidade da sua obra. Sabia que, fosse como fosse, devia reagir depressa, mas sentia-se fraco e indefeso. Como era incapaz de inventar, macaqueou o adversário. Abrindo a boca, emitiu sons entrecortados, sacudidos, nos intervalos superiores do seu registo vocal [...], mas dando-lhe um significado oposto. Enquanto que o riso do diabo designava o absurdo das coisas, o anjo queria, pelo contrário, regozijar-se com o facto de tudo aqui em baixo estar bem ordenado, sabiamente concebido, bom e pleno de sentido. Assim, o anjo e o diabo opunham-se e, mostrando as bocas abertas, emitiam quase os mesmos sons, mas cada um exprimia pelo seu clamor coisas absolutamente contrárias. E o diabo via o anjo rir, e ria-se ainda mais, tanto melhor e tanto mais francamente quanto o anjo que ria era infinitamente cómico.
Um riso ridículo é a ruína. Apesar de tudo, os anjos obtiveram um resultado. Enganaram-nos com um impostura semântica. Para designar a sua imitação do riso e o riso original (o do diabo) há apenas um única palavra. Hoje já ninguém se dá conta de que a manifestação exterior encobre duas atitudes interiores absolutamente opostas. Há dois risos e não existe uma palavra que os distinga."


por Virginia Woolf * 19:24
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[09 setembro 2005]

Contem uma piada.

Example



Sim contem uma piada, rir parece tão fácil, não é? Assim parecia no princípio desta peça, um típico humorista do que nos parece ser stand-up comedy ridiculariza a nossa sociedade, o estado de Portugal, estereótipos e preconceitos.
Tiago Rodrigues é Ricardo Magalhães, a personagem sobre a qual gira esta peça, ou será que gira também sobre nos mesmos? Ricardo Magalhães é chamado ao palco para nos fazer rir e cada um ri, ou não, da maneira que lhe apetece e ao que acha graça, com um riso mais, ou menos, caricato. Cada um com a sua característica especial, há aqueles que chamam a atenção ou os silenciosos. Ricardo destacou-se com esse objectivo, nasceu e cresceu com ele: fazer rir, não nos fazer sentir sós, fazer esquecer, sentir a vida, Ser. Rir ajuda a esquecer a solidão e é isso que Ricardo enfrenta em palco, a solidão. Rir ajuda a esquecer...e esquecer é sobreviver.
A meio da peça pede-nos que subamos ao palco, que contemos uma piada como ele, que façamos rir, sem nos rirmos, sem tremer ou gaguejar, que contemos simplesmente uma piada, porque hoje, ele já não quer fazer rir. Durante os primeiros momentos do espectáculo, Ricardo proporciona-nos o riso, como diria Annie Leclerc "Rir, é tão profundamente, viver", o riso para alem da brincadeira, ate que o riso acaba, as gargalhadas terminam, começa o silêncio ou as bocas de um ou outro espectador. O riso foge e Ricardo lembra-se. Lembra-se daquilo que o esquecimento tapa, daquilo que apagamos para ir dormir, do que pomos para trás para ir em frente, do que recalcamos; sejam os corpos sem vida que fazem uma estatística, seja quem nos pede dinheiro na rua, seja a morte de alguém próximo. Ele lembra-se e faz-nos lembrar.
Verdade seja dita e revelada, andei tempos atrás desta peça... descobri-a no início, e por qualquer razão, imperdoável, a dita falta de tempo (?), desculpas! Acabei por nunca a ver, ora imagine-se o meu contentamento quando vi o seu retorno anunciado e logo na Festa de Teatro de Setúbal. Deixo um obrigado sincero a quem a trouxe de volta, penso que peças como estas são uma renovação no armário poeirento, talvez conservador, ou simplesmente adormecido e pouco estimulado e dinamizado do teatro português, novos espíritos, novas ideias, renovação e revelação. A certa altura na peça Ricardo ridiculariza a revista portuguesa e a morte de Filipe LaFéria e do Politiama, com uma bomba norte-americana, ele diz obrigado e eu também diria se isso acontecesse, acho que não sou a única a concordar. Chamem-me radical ou contra a "tradição" se quiserem, mas a revista que alem de a considerar, desculpem a expressão "uma foleirada completa", representa aquilo que Portugal é, um país conservador e atrasado, concentrado no entretém paralisante do espectador.
Já tinha a impressão que seria daquelas peças, que "dá pano para mangas" e assim foi, não só isso como cada vez mais me espanto com o talento de actuar, de estar num palco perante o publico e neste caso, de stand-up comedian (or tragedian), que espera algo de nós, conseguir manipular emoções, do riso à tristeza, ter nas mãos a capacidade de gozar com quem nos assiste, de sermos gozados e rirmo-nos e a seguir, estarmos perto do choro. Ricardo anuncia que vai atirar contra nós, e mesmo assim assustamo-nos. Choque de emoções? O limite do riso e tragédia, tão íntimos, roçando-se até se confundirem. Stand-up comedy/tragedy inteligente, não é só rir e esquecer, é rir, pensar e lembrar. Talvez rir à "maneira inglesa" e saber criticar as normas e regras impostas, um não à indiferença. Soube-me bem ver uma peça assim.

Contem uma piada agora.



por Virginia Woolf * 18:52
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[03 setembro 2005]

..and so... a new blog is born..



fool enough to almost be it
cool enough to not quite see it
doomed
pick your pockets full of sorrow
and run away with me tomorrow
june

we'll try and ease the pain
but somehow we'll feel the same
well, no one knows
where our secrets go

i send a heart to all my dearies
when your life is so, so dreary
dream
i'm rumored to the straight and narrow
while the harlots of my perils
scream

and i fail
but when i can, i will
try to understand
that when i can, i will

mother weep the years i'm missing
all our time can't be given
back
shut my mouth and strike the demons
that cursed you and your reasons
out of hand and out of season
out of love and out of feeling
so bad

when i can, i will
words defy the plans
when i can, i will

fool enough to almost be it
and cool enough to not quite see it
and old enough to always feel this
always old, i'll always feel this

no more promise no more sorrow
no longer will i follow
can anybody hear me
i just want to be me
when i can, i will
try to understand
that when i can, i will


por KaRL * 19:53
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