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[11 setembro 2005]

It's nice we met...



Fui ver o "Salto Mortal", diga-se que desde o princípio me chamou a atenção ao ver o cartaz, talvez fosse do olhar da Abbie Cornish, Heidi no filme, quase nos perfura com o olhar, com angústia, que nos pede algo que ela não tem, sem dúvida espantou-me pela representação, depois, foi vencer 13 prémios pelos Australian Filme Institute, dos quais Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Actriz, Melhor Actor e Melhor Argumento, fez também parte da selecção oficial de Cannes em 2004 e do Indielisboa de 2005. E não me enganei, gostei bastante, daqueles filmes que me provocam um abanão. Talvez esteja na moda retratarem jovens disfuncionais na nossa sociedade disfuncional, adolescentes com crises existenciais, com grandes ideais, meio perdidos, nascidos no meio de nada, ou no meio de coisas a mais. Depressões e tudo o que lhe vem agarrado, coladas a famílias destroçadas. Muito bem, é capaz de estar na moda fazerem-se filmes deste género, mas também não é mentira nenhuma que casos destes acontecem, o seguimento que se dá nos filmes, talvez seja apenas a libertação da prisão das ideias, não será propriamente a telenovela da tarde (ou noite) ou um romance da Maria. São filmes bem pensados, que nos questionam, são historias que fazem parte de nos, dos nossos medos, talvez nos recordem para olharmos para dentro. Não há famílias perfeitas e quem tem isso em mente "tire o cavalinho da chuva", partindo do princípio que se partilha um espaço, confiança e intimidade. Há que viver com o fino limite de não os quebrar, o que não é raro acontecer, por vezes sistemático. Em Salto Mortal isso acontece, põe-se à prova essa ideia não só num jovem qualquer, mas no mundo de uma jovem mulher que descobre a sua feminilidade, que desafia a sua sexualidade e todo o mundo que pode criar com essa "arma". Salto Mortal ("Somersault"), revela-nos uma dessas pequenas histórias que num ou noutro ponto associamos a nós mesmos. Heidi tem 16 anos, vive com a mãe, cuja relação nos parece meio separada, e o namorado da mãe, ao acontecer algo inesperado que se torna causa da sua culpa e consequência do seu isolamento, Heidi foge de casa. Perdida e tendo-se apenas a si mesma, chega a uma terra nova e usa o seu corpo e sexo como arma, não só de defesa, mas para não se sentir só, não sendo por vezes a forma mais segura. Talvez a forma mais rápida de se dar a alguém, mas a forma mais fácil para se usar alguém, para usar e deitar fora, para se ser manipulado. Heidi parece-nos muitas vezes um brinquedo fácil, ou uma criança que ainda não sabe o que é ou o que está a fazer. Até que conhece alguém que lhe desperta algo; Joe, filho de uma família rica de agricultores vê o amor apenas como sexo, mostra-se talvez tão assustado como ela, tão perdido de tudo e sobretudo com medo de se dar e aceitar o que está à sua frente, relutante sobre a paixão, vê essas ideias mudadas ao longo da história. Heidi vai descobrindo o que é o amor e as diferenças com o sexo, a amizade, a relação com a família, muitas vezes postas em causa. "Salto Mortal", é uma historia que nos mostra a fina barreira dos medos de qualquer um, do que nos pode ferir, de como se pode magoar alguém e a culpa que arrasta, que em todos nós existem problemas e ela toca-lhes e revela-nos como cada um os vive, como cada um se cala e se liberta sobre o outro, como se gera e quebra a confiança, o diário que guarda e nos é desvendado ao longo do filme ajuda-nos a manter a ligação com esse mundo de emoções. Revela-nos essencialmente como é difícil, darmos as nossas verdadeiras emoções. Duas coisas que ficam como nota: a fotografia, toda a cor envolvente, embora fria torna-se aconchegante, os azuis-claros misturados com o vermelho, a paisagem do local, a neve, a agua que é atirada ao vidro para a amiga na BP. Em segundo, Abbie Cornish que representa aqui um grande papel, como é dito no filme, ela faz-nos sentir "como quando éramos pequenos e a nossa mãe pulverizava o ar com perfume e depois passava por dentro dele...é essa a sensação que nos deixa. Fica colada a nós", acho que é a melhor maneira de caracterizar a representação dela, algo tão forte como nos darem uma estalada nas nossas emoções, fica gravado na minha memória algumas cenas; no início antes de ela fugir de casa, o sentimento de culpa, a mãe a olha-la como se "não a conhecesse" e as lágrimas, a cara de choro, a mão a tapar a boca dum grito adiado. No fim, a conversa com o "namorado", o dialogo que é construído, sobre os problemas e os medos de cada um e a amizade criada com Irene, a senhora que a aloja. Quanto à banda sonora, encaixa-se bastante no ambiente, as tais cores e sentidos, adorei o piano.
Enfim, assim como num poema, há quem o ache aborrecido e quem veja nele uma beleza intensa, é assim que olho para este filme.

Nota Final: 7.5/10


por Virginia Woolf * 16:53
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